quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Uma alma que sorri, ato III: o regojizo do deus

Por um breve instante, alimentei um pensamento tolo de que eles iriam entender a piada e que iriam rir comigo. Cheguei a mentalizar seus sorrisos de morte sendo violados por meu pênis. E gostei disso.
Será que um dia eles tiveram um propósito? Ou será que sempre foram sacos de carne e merda que parasitavam este universo como todo o resto lixo em descomposição?
Quando o primeiro me golpeou, estes pensamentos deixaram de fazer sentido. Fiquei de quatro como um animal, enquanto dois deles metiam em minha boca, um terceiro saciava-se com meu traseiro. E os outros nove continuavam a se masturbar, gritando obscenidades que fariam uma das prostitutas do inferno corar.
Seus gritos me deram a convicção de que precisava. Era o momento de morte. Era o momento de matar mais um pedacinho de deus.
Eles não repararam quando o primeiro começou a sangrar. Quando os gritos se intensificaram, eu já havia me tornado um deus a parte, e a matança era minha oração e meu evangelho.
Não sei quando tempo o combate durou. Eu fraturei uma costela e perdi um punhado de dentes. A dor física era grande o suficiente para não fazer diferença. E os onze mortos a meus pés estavam piores do que eu. Sim, onze.
Havia um propósito especial para o negro que tinha uma predileção pela sodomia. Levei a lamina até seu pescoço e ordenei que ele sorrisse pra mim.Ele se mostrou relutante a principio, mas após a pequena incisão peniana ele se mostrou muito mais cooperativo. A cada dente que saltava de sua boca eu sentia minha excitação crescer. Cheguei a pensar se eu ia não ia conseguir aguentar por tempo o suficiente. Mas eu sou maior que deus e o tempo cede a minha vontade.
Quando os guardas chegaram, eles levaram alguns segundos pra entender por que o negro desdentado sorria ao me chupar sobre uma pilha de cadáveres. Ele não conseguia rir muito alto, o sêmen em sua garganta o impedia. Quase chorei ao rasgá-la e ver o esperma avermelhado descer por ela.
Sim – É uma piada triste, se é que essas coisas existem.

2 comentários:

  1. As vezes eu quero dar um abraço nele.As vezes eu quero dar um tiro...Maaaaas, se ele não tivesse se fodido tanto na vida, ele não seria o que chamamos de uma pessoa "normal"?

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    1. Pessoas normais só dão acabam sendo boms personagens nas mãos de escritores normais.

      Eu não sei se abraçaria este personagem. Mas se ele me contasse a história dele da forma que estou escrevendo, eu choraria com ele.

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