quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Uma noite da rainha do abismo.


A rainha do abismo despertou, e a cidade escureceu em resposta.

“Noite, amada noite, seja meu manto”.

As trevas se moveram e cobriram o corpo delicado do cardeal.

Ela se movia vagarosamente, e sentia a sede crescer dentro de si. Era uma sensação agradável, que ela aprendeu a domar com o passar dos séculos. Aquela coisa rugindo em seu peito, aquele desejo de destruir, de matar;Era quase como estar embriagada.

O aroma decadente da metrópole penetrou seus pulmões com violência. E a matusalém ficou enojada.

Desde que o chamado as armas foi feito ao sabá Germânico, o clã Ventrue deixou de existir em sua terra. Com a caçada, os cães da odiosa Camarilla foram perseguidos e destruídos com toda a paixão e determinação da espada de caim. Era difícil estipular quantos “príncipes” caíram perante as espadas e garras de seus templários e sacerdotes, mas a certeza era de que agora a “sociedade vampírica” temia o sabá como nunca antes.
Ela se concentrou em um ponto vazio e ordenou que seus prisioneiros sofressem. Por toda a catedral do abismo, gemidos sufocados foram ouvidos. Os lamentos dos cem porcos de sangue sujo que ali estavam empalados ecoaram pela mente de seus mestres, suas famílias e os amigos de seus amigos.
Alguns imploravam pela clemencia que sabiam que nunca iria chegar, outros tentavam manter o minimo de orgulho que ainda tinham sufocando as lágrimas rubras e esvaindo a pouca vontade que ainda lhes restava. A maioria, é claro, simplesmente desejava deixar de existir.

A vampira moveu-se pelo salão de lágrimas com sua graciosidade insana, e parou seu corpo perfeito em frente aquele que era o ser que ela mais desprezava em todo o firmamento.
A noite veio lhe acariciar, Jurgem, escória de Frankfurt, inimigo de meu povo e filho do lixo”
A seus pés, a criatura mais patética de todas esperava pelo chicote de sua algoz como uma prostituta espera pelo sêmen de um cliente particularmente perverso. Ele estava prostrado como um cão, e a grossa estaca que lhe penetrava o anus chegava ao meio de seu peito, paralisando-o.
Para o ancião Ventrue, havia pouco sentido em resistir.
Ia ser uma longa noite.

Nenhum comentário:

Postar um comentário