sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Fragmento de cronica - O despertar do terceiro olho e o terapeuta Tzimisce

O que vou postar a seguir é a transcrição de uma parte de uma narrativa que aconteceu no começo do ano, pelo MSN.
A cena é basicamente um jovem salubri antitribu sendo torturado por um escultor Tzimisce. O personagem (Ivor) reagiu bem e interpretou o personagem de maneira um tanto quanto curiosa,  e em breve postarei outros “pedaços” de minhas narrativas online.

Inicio
Suas pernas fraquejaram e você foi ao chão, a queda pareceu durar por varias horas, enquanto sua mente girava e se embriagava com lembranças de sua mãe.
Você abriu os olhos e a primeira coisa que notou foi uma lâmpada amarelada a cerca de 20 centímetros de sua cabeça.
Depois o frio.
Você estava deitado sobre um bloco de pedra, manchado de sangue, Seu sangue.
A pele de seu peito tinha sido removida, e você conseguia ver com perfeição seus órgãos putrefatos, e os vermes gordos que festejavam sobre eles. Eram centenas, milhares, criaturas microscópicas que se alimentavam de sua podridão.
Presos ao teto, ganchos de chumbo serviam de apoio para seu intestino, e dúzias de moscas pairavam sobre ele. Ao lado do bloco de pedra, uma criatura horrorosa, uma massa gigantesca de carne e ossos, parecia indecisa entre um bisturi e um picador de gelo.
Os longos dentes amarelados revelavam que ela tinha aberto seu corpo de maneira não muito gentil, e você deu graças a Caim por não ter estado consciente enquanto o açougueiro trabalhava em você.

Ivor
Fecho meus olhos. Experimento? Agora sou um experimento. Sou feito para uma autopsia. Irônico, um monstro fazendo minha autopsia enquanto ainda estou relativamente vivo.
Estou em um pesadelo real. Monstros, sangue, vísceras e podridão, eram apenas vistos nos filmes que eu particularmente não prestava atenção, agora sou eu aqui, fazendo parte disso tudo.
Dor? Há dor?

Narração
Existem sensações demais ao mesmo tempo, é difícil dizer se a dominante é a dor ou o horror. Os vermes diminutos começam subir por dentro de seu pescoço.
Ivor
Cerro os dentes, fechando a boca. Olho para o teto, mas não para minhas vísceras, tento organizar meus pensamentos, organizar tudo que sinto, preciso saber que é real, ou não, mas preciso me focar. Não me perder no horror... Não me perder no medo... Não fraquejar.

Narração
- Não se preocupe receptáculo, minha arte raramente é fatal.
A voz dele era um rugido gutural e metálico que pareceu sair das profundezas do inferno.
Aparentemente ele se decidiu com relação à ferramenta. Um filete de sangue escorre de sua testa.
O vitae desce e deixa suas pálpebras pesadas, chamando a atenção das moscas.
 - Meu trabalho aqui tem como objetivo reconstruir você. Tirar as partes ruins.
A mão gorda e oleosa da criatura desliza por seu rosto, e dois dedos imundos entram em sua boca, ele aperta sua língua com força e a puxa pra fora de sua boca. ele corta a ponta dela, e o sangue que começa a escorrer quase te afoga, após soltar sua língua, ele começa a se mover vagarosamente.
Ele diz meio confuso:
- dois braços... Confere. Duas pernas... Confere. Três olhos?
- por que diabos ele teria três olhos?

Ivor
- Masx que porra é esxa?!

Cuspo sangue pro lado.

- Não era maix facil me perguntar?
*fecho os olhos para suportar aquela agonia*

Narração
Ele pega alguma coisa em uma estante, você ouve o barulho de um liquido se movendo, e ele diz:
- Eu te daria a opção de escolher a cor do olho, se fosse outra situação, mas esses que eu tenho aqui são velhos, e ha muito não são mais discerníveis... Sim, acho que esse é do tamanho certo.

Uma navalha passa por sua orelha.

Ela começa a cortar e a cortar.
 - Só preciso de um pouco de cartilagem.
Ivor
- aaaarrghhh...AAAAAAAAAAAAAAAAA...FILHO DA PUTXA!

Narração
A criatura ri, ela parece estar se deleitando com seus gritos.
- acalme-se, tenho certeza que terei o resultado desejado antes de chegar aos testículos.
Alguma coisa começou a pinicar sua cabeça, de forma tremendamente insistente.
Logo depois, com mais um corte da navalha a com a força dos dedos do monstro, um buraco se abriu em seu crânio.
Você esta a ponto de desmaiar de pura dor, e os pequenos vermes começam a fazer cócegas em suas pregas vocais.

Ivor

- Masx...pr-...qu-...f-fa-zer...isx...isxo?
 *cerrando os dentes de agonia*
Narração
-  Como eu disse neto do neto do neto do sábio, estou reconstruindo você, tirando as partes ruins, as partes doentes, e as substituindo por novas.
Abrindo a enorme bocarra, a coisa cospe um óleo viscoso no buraco de sua testa, e logo depois, insere uma coisa esférica e gelatinosa na cavidade, sua pele foi puxada com violência, espremendo alguns vermes dentro de você.
O monstro diz:
- Não ha defeito maior que o medo, e esse eu não posso consertar, você é míope, por isso te dei mais um olho.
- Quanto a sua indecisão, sua ignorância e seu medo, bem, esses eu não posso consertar.
- Nós nos veremos de novo, neto do neto do neto do sábio.
Você mergulhou na escuridão novamente.

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